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quinta-feira, 28 de maio de 2009

Jornal Nacional da TVI mistura factos e opinião

A Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) considera que a TVI desrespeitou as normas ético-legais do jornalismo misturando factos e opinião em várias edições do "Jornal Nacional", alvo de queixas analisadas pelo organismo.
Numa deliberação hoje divulgada, a ERC "reprova a actuação da TVI", e insta a estação a cumprir "de forma mais rigorosa o dever de rigor e isenção jornalísticas".
Os membros do conselho regulador consideraram que a TVI deve "demarcar 'claramente os factos da opinião'", como determina o Estatuto do Jornalista.
A ERC considera "verificada, à luz da análise efectuada, a possibilidade de a TVI ter posto em causa o respeito pela presunção de inocência dos visados nas notícias".
Entre 16 de Fevereiro e 30 de Março de 2009, deram entrada na ERC dez queixas contra as edições de 13 de Fevereiro, 30 de Janeiro e 1 e 27 de Março e outras edições não especificadas do "Jornal Nacional" da TVI, questionando o tratamento jornalístico de matérias que envolvem o primeiro-ministro e outros membros do Governo.
As queixas referem-se a peças jornalísticas emitidas no Jornal Nacional de Sexta (conduzido por Manuela Moura Guedes).
Em apenas um caso, a edição transmitida a 01 de Março, não se está perante esse serviço noticioso, uma vez que era domingo.
Notificada pela ERC, a TVI defendeu-se referindo que "as queixas denotam um evidente cariz político e uma ausência total de conteúdo".
"Limitam-se [as queixas] a atacar a TVI e os seus profissionais de forma até insultuosa, sem apontarem um único lapso factual ou incorrecção que se tenha verificado no decurso do referido Jornal Nacional", refere a deliberação hoje divulgada.

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.in DN

2 comentários:

F285 disse...

O jornal da TVI à Sexta é um caso de policia. Se vivessemos num Estado em que a justiça funcionasse há muito tempo que se tinham obrigado a MMG e quem lá a coloca no banco dos reus. Infelizmente a grande maioria dos jornalistas é incapaz de denunciar o desrespeito pela etica profissional e código deontológico daquela senhora.

Lusa disse...

Manuela Moura Guedes faz "jornalismo reprovável"

O Conselho Deontológico do Sindicato dos Jornalistas considera reprovável o desempenho da jornalista Manuela Moura Guedes na condução do "Jornal Nacional - 6ª", na sequência da discussão que a apresentadora teve em directo com o bastonário da Ordem dos Advogados.

"Consideramos esta forma de estar no jornalismo e de fazer jornalismo reprovável", afirmou o presidente do Conselho Deontológico (CD), Orlando César, em declarações à Lusa.

"O Conselho Deontológico não pode deixar de reprovar o desempenho de Manuela Moura Guedes na condução do 'Jornal Nacional - 6.ª feira' e concitar a própria e a direcção da TVI ao cumprimento dos valores éticos da profissão", refere o órgão em comunicado hoje divulgado.

Numa reunião realizada hoje, os membros do CD analisaram a emissão de 22 de Maio do "Jornal Nacional", em que a jornalista Manuela Moura Guedes e o bastonário da Ordem dos Advogados, António Marinho Pinto, tiveram uma discussão em directo.

"Analisámos apenas este caso, que constitui um avolumar de situações e nos levou a tomar uma posição. Além disso, recebemos pedidos de pareceres e queixas de jornalistas e telespectadores", explicou Orlando César.

Os membros do CD analisaram, de acordo com o presidente, "questões de profissionalismo e aspectos éticos da profissão, o que deve ser a função de quem é pivot de um telejornal".

"Considera-se inaceitável que, para além de outros aspectos, na apresentação das notícias, o jornalista confunda factos e opiniões e se exima da responsabilidade de comentar as notícias com honestidade", refere o comunicado, acrescentando ainda que "os pivôs devem estar claramente conscientes de qual o seu papel, se o de 'entertainer' ou o de jornalista, não devendo confundir o conflito e o espectacular com a importância das notícias".

Para os membros do CD, os jornalistas que conduzem telejornais, "devem abster-se de introduzir apartes, comentários, expressões e recorrer à linguagem não oral, susceptíveis de conotarem e contaminarem o conteúdo informativo, comprometendo a própria isenção dos profissionais que, conjuntamente, trabalham naquele espaço de informação".

Na nota, o CD sublinha ainda que os jornalistas "não podem substituir a acutilância pela agressividade", e devem "permitir que os seus entrevistados expressem os seus pontos de vista com serenidade e não sejam apenas convidados a participar num espectáculo de enxovalho, em que eles são as vítimas".