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quarta-feira, 20 de maio de 2009

A gravação e a professora

A professora parece-me maluca. Isso, em si, não quer dizer grande coisa: alguns dos melhores professores que tive eram tidos como malucos. Admito, ainda, que pela conversa da professora ela seja do tipo em que seria aconselhável não frequentar garotos de 12 anos. Sobre ela, nada mais digo. Agora, esse escândalo levanta uma outra questão. No meu tempo, nós, os miúdos de 12 anos, comentávamos, entre nós, os professores malucos (as professoras malucas, também, mas, essas, era mais as pernas). Não se levavam as maluquices dos nossos professores aos pais e, muito menos, à rua e jornais. Nem estou a ver nenhum dos pais a pedir a um de nós: "Saquem-lhe [ao professor maluco] uma maluquice que sirva de prova..." Foi bom ter vivido os meus 12 anos antes da popularização do gravador, fiquei sem memória de experiência de espião a soldo. Vão dizer-me que a gravação da professora de Espinho vai permitir que ela deixe de dar aulas e que isso é bom. Tudo bem. Mas eu digo-vos que é melhor ainda que, aos 12 anos, eu não tenha tido quem me fizesse espião a soldo.
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1 comentários:

lilibeth disse...

Ferreira Fernandes está cheio de razão! A "espionagem" destes jovens, incentivada pelos pais, é o culto do "bufo"! Infelizmente é assim que formamos os jovens: bufos e denunciantes, ignorantes, e sem princípios! São assim, os instrutores e os educadores. São assim as famílias e a escola!!!