A italiana Eluana Englaro tinha 21 anos quando teve um acidente de automóvel. Desde aí, 1992, está em estado vegetativo.
Descerebrada, ligada à máquina, alimentada por sondas, esteve 17 anos numa clínica de Lecco, sob a vigilância de freiras católicas. O pai de Eluana, Beppino, pediu autorização para um “caminho natural do fim da vida”. A Igreja Católica opôs-se: “Eluana está em estado vegetativo, mas não é um vegetal. Ela é uma pessoa que está a dormir”. Ambos, pai e Igreja, falam por metáforas. Falar por alegorias é escape natural quando a verdade é demasiado dura. Ambos falam da morte de Eluana. A Igreja defende o princípio que é a vida. O pai defende a filha. Percebo a Igreja, estou com o pai. O que era discussão está a passar a facto.
Em Novembro, o mais alto tribunal italiano autorizou o pai a desligar a máquina de Eluana. Ela foi transferida para uma clínica de Udine, onde uma equipa médica aceita participar na morte assistida. O cardeal Losano Barragan, que tem o cargo equivalente a ministro da Saúde da Santa Sé, lançou o anátema: “Parem essa mão assassina”. O pai Beppino pede silêncio. Calo-me.
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1 comentários:
Sou a favor da eutanásia a partir do momento em que a pessoa está a sofrer e não tem esperança de vida, toda a gente deve ter direito a uma morte digna e não depender da vontade de outras pessoas para por fim à vida.
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