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segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Na pele de um branco ...

Frank Rich, colunista do New York Times, é um rapaz da minha geração (separam-nos meses). Ontem, ele escreveu um texto confessional em que me revi. Somos ambos brancos e nascemos na mesma cidade, de certo modo. Ele, em Washington, eu, em Luanda - os negros, maioritários, podiam ser olhados mas não eram vistos. Para sabermos dos negros, eu e Frank lemos o livro de um branco: Na Pele de Um Negro, de John H. Griffin, jornalista que se passeou mascarado de negro pelo Sul racista, em 1959. De Mark Twain, preferíamos as aventuras de Tom Sawyer às de Huckleberry Finn (este tinha um personagem, Jim, escravo fugido, que nos estragava a nostalgia pelo Mississipi). Rich lembra que quando o Memorial de Lincoln foi inaugurado em Washington, em 1922, o negro Robert R. Moton, que representava a sua comunidade, foi remetido para um canto. Há dias, um negro levou as filhas a visitar o monumento e deve-lhes ter contado o episódio. Amanhã, esse homem vai entrar na Casa Branca e mandar. Frank Rich intitulou a sua crónica de ontem, assim: Na pele de um branco. Enfim, podia proclamá-lo. Amanhã eu também serei um branco mais feliz.

in DN - Ferreira Fernandes

1 comentários:

Otário Tevez disse...

no fundo, somos todos iguais.