O neurocirurgião Sanjay Gupta é uma das estrelas televisivas americanas, tem programa semanal na CNN. Ontem, já andava pelas ruas da capital do Haiti. Já tinha andado por Nova Orleães, depois do furacão Katrina, e com o filme que fez foi premiado com um Emmy. Ontem, ruas fora por Port-au-Prince, também tinha uma câmara atrás, com quem dialogava, uma enfermeira e uma sacola pequena. Vi-o a tratar de um bebé, pedir alguma coisa à enfermeira, mas não havia mais antibióticos. Fiquei a pensar que se em vez da câmara televisiva houvesse outra sacola do tamanho da câmara, haveria mais antibióticos. Não haveria era a reportagem que continuou a seguir o dr. Gupta. Mas a acção propagandeada do dr. Gupta talvez faça mais pelas vítimas que a estrita acção médica do dr. Gupta. Em 2004, durante o furacão Jeanne, um piloto de helicóptero reparou que a haitiana ilha da Tortuga tinha desaparecido. A ilha tem uma montanha de 500 metros de altura. Os jornais publicaram que a ilha tinha desaparecido, até se darem conta de que o piloto se enganara. O Haiti é um lugar estranho, os seus já o sabem e no resto do mundo já nos convencemos. O Haiti é o lugar certo para um médico célebre não ter antibióticos, enquanto tem o mundo inteiro a olhar para ele.
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