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sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Mais vale ser brutal que sonso

O tablóide The Sun, que tem apoiado o Partido Trabalhista inglês, acaba de se passar para os Conservadores - e fez uma capa a anunciá-lo. Ontem, o jornal The Guardian enchia uma página com três fotos: Tony Woodley, líder sindicalista da Unite, a central mais poderosa dos trabalhadores britânicos, mostrava a capa do Sun (foto 1), rasgava o jornal (foto 2) e exibia os pedaços de papel (foto 3). As fotos foram tiradas durante uma conferência do Partido Trabalhista (que o sindicato Unite apoia), o que me fez sorrir: afinal, também na mais antiga democracia europeia, dirigentes partidários se pronunciam, em congressos, contra órgãos de informação...
Se querem que vos diga, não gosto daquela forma tão veemente de protestar, roçando o brutal. Nem do desperdício: ainda não se descobriu melhor do que papel de jornais para forrar o caixote de lixo. E, finalmente, o desafecto de um jornal como The Sun devia merecer, digo eu, mais júbilo do que fúria. Mas agrada-me o outro lado do gesto de Tony Woodley: ele não gostou do que lhe fez The Sun e disse-o de forma clara. Entre nós, o gesto (que é tudo, como reconhece uma frase batida) está remetido para o canto dos televisores, para os surdos. O gesto de cortar a direito, rasgar, não se usa.
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