Os jornais ingleses - e quando falo deles, falo dos que põem uma mulher nua na terceira página mas também dos que têm colunistas com assinaturas como Martin Amis e Robert Fisk - andavam indignados por um tribunal não os deixar escrever sobre um magno assunto: John Terry, defesa do Chelsea e capitão da selecção inglesa, meteu-se na cama com a namorado de um colega de equipa. Fiquei a conhecer a chave do mistério porque, entretanto, um juiz levantou a proibição. Ian Burrel, editor dos media no Independent - isto para citar um dos jornais sérios -, suspirou de alívio e gritou aleluia: "A liberdade de criticar a conduta dos outros é uma das mais válidas liberdades." Spartacus e a porteira com olho na fechadura, o mesmo combate! A Grã-Bretanha tem duas fraquezas notórias: o desinteressante que está por cima da sua própria toalha de mesa e o seu interesse pelo que está debaixo dos lençóis alheios. Fraquezas nacionais cada povo tem as suas e devemos ser misericordiosos em não nos determos muito sobre o assunto. Assinalo é a hipocrisia com que sempre se arranjam frases sonantes para justificar a mesquinhez: "A liberdade de criticar a conduta dos outros é uma das mais válidas liberdades." Cláudio Ramos e Nelson Mandela, dois faróis da liberdade, não é?
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